Várias 'ondas' de brasileiros decidindo tentar a vida em outras partes do mundo aconteceram nas últimas décadas. Em geral, essas movimentações eram caracterizadas por idas e vindas, conforme mudavam as condições políticas e principalmente econômicas no Brasil: partiam no auge das dificuldades e muitos retornavam quando as coisas melhoravam.
Agora, o que se vê é diferente. A onda é prolongada e se mantém desde 2014, quando o país mergulhou em uma crise que só agora mostra sinais de melhoras. E mesmo que dias melhores venham, milhões de brasileiros continuam desempregados, subempregados ou sem oportunidades apesar de bem qualificados. É uma situação que está produzindo números recorde de brasileiros deixando o país.
As mesmas dificuldades enfrentadas por quem migrou em outros tempos existem hoje. Muitos se aventuram de forma inadequada, tentando cruzar fronteiras irregularmente ou viajando com vistos de estudante ou turista quando o que realmente pretendem é a permanência. Não por acaso o número de brasileiros detidos ou deportados nos principais países-destino (Estados Unidos e Europa), segue batendo recordes.
Em reportagem no Portal UOL, cinco brasileiros que partiram para outros países relatam suas experiências nos Estados Unidos, Canadá, Holanda, Espanha e Austrália. Os entrevistados confirmam o que parece ser a regra: três viajaram para estudar e depois decidiram tentar permanecer, uma forma de emigrar que envolve riscos. Um já tinha cidadania em país europeu e uma se casou com estrangeiro. Pode-se dizer, então, que apenas dois dos cinco emigraram de forma regular.
