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Vistos negados por EUA a brasileiros podem contribuir para imigração ilegal



Enquanto o número de negativas pelos Estados Unidos para pedidos de visto por brasileiros cresceu 45% em um ano, o número de brasileiros detidos tentando entrar ilegalmente nos EUA via México aumentou mais de 1000%, chegando a cerca de 18 mil no mesmo período. Não é uma conclusão científica de causa e efeito, mas a maioria dos observadores da questão migratória concorda que é alta a probabilidade de uma coisa estar levando à outra.


Uma combinação de fatores contribui para esse quadro, especialmente o aperto sobre o acesso formal aos EUA e a busca e deportação mais intensas dos ilegais que estão em solo americano, medidas impostas desde a chegada de Donald Trump à presidência. Muitos atribuem à mera perspectiva de eleição de Trump o início da aceleração nas tentativas de acesso aos EUA, especialmente atravessando a fronteira com o México. Desde a campanha eleitoral, estava muito claro que Trump teria uma postura contrária à imigração.


Esse conjunto de consequências precisa ser considerado por qualquer pessoa que veja como alternativa de vida a imigração para os EUA. Para quem faz tudo dentro da lei, as perspectivas hoje são reduzidas pelo número decrescente de vistos sendo concedidos, política que impacta muitos países e não apenas o Brasil. O processo de imigração, não apenas para os EUA, tende a ser elitizado e as possibilidades para quem não tem qualificações desejadas pelos países mais procurados, ou dinheiro para investir e conseguir o chamado visto de empreendedor, são limitadas.


A hipótese da entrada nos EUA de forma ilegal muitas vezes é defendida por quem opta por esse caminho com base em casos do passado, envolvendo pessoas que imigraram dessa forma, conseguiram permanecer no país e ter resultados. De fato, essas pessoas existem e vem de todas as partes do mundo, como mostra estudo recente das Universidades de Yale e MIT. O levantamento concluiu que existem mais de 22 milhões de imigrantes ilegais nos EUA, número bem superior aos totais citados por órgãos oficiais


A diferença é que agora está muito mais difícil repetir essas experiências do passado, hoje pouco realistas. Mais que isso, aqueles que permanecem nos EUA dessa forma sabem que o cerco a eles só aumenta. Correm o risco de deportação e perda do que conquistaram a qualquer momento, algo que já ocorreu com inúmeros brasileiros obrigados a se desfazer de empreendimentos e bens a preços reduzidos devido aos prazos curtos que recebem para deixar os EUA.


Apesar das dificuldades e consequências negativas que hoje se acumulam, é preciso lembrar que imigrar para os EUA virou um negócio rentável para inúmeros advogados, despachantes e consultorias que seguem oferecendo serviços aos interessados e nem sempre deixam claros os riscos e consequências negativas. Muitos acabam desenhando um cenário que não leva em consideração todos os riscos que se tornaram bem maiores nos últimos tempos.


O mesmo vale para as representações diplomáticas de países que buscam imigrantes ativamente. Esses países fazem exigências que tornam o acesso muito restrito e mesmo aqueles que são aceitos não são informados por completo sobre as reais condições que vão encontrar no novo país. Isso depende muito mais da lição de casa bem feita, da pesquisa que o interessado em imigrar deve fazer sempre, para defender seu próprio interesse e não tomar decisões apenas com base na visão de quem quer atrair imigrantes ou vender serviços.


No caso dos Estados Unidos, a conclusão mais evidente a que se pode chegar é que este não é um bom momento para tentar a imigração, com a possível exceção da ida com visto de empreendedor, algo que por sí só reduz fortemente o acesso pois exige um compromisso de investimento elevado e que gere empregos no novo país. A hipótese da ida como expatriado pela empresa onde atua no Brasil também permanece válida.


Abaixo, três matérias relevantes para quem pensa em EUA como alternativa para imigrar. Uma do portal G1 mostrando o forte crescimento no número de vistos negados pelos EUA a brasileiros e como isso se relaciona com outras realidades impactando quem imigra e quem já imigrou para aquele país; outra matéria é do portal em português da BBC, detalhando o pensamento de brasileiros que foram ou tentaram ir para os EUA mesmo conhecendo os riscos e elevadas possibilidades de perda de tempo e recursos; a última é do jornal Brazilian Times, detalhando o estudo das universidades Yale e MIT apontando a existência de mais de 22 milhões de ilegais 'não documentados' vivendo hoje nos EUA.




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