Nos últimos anos, especialmente desde a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, uma série de medidas vem sendo adotadas para dificultar a entrada e a permanência de imigrantes ilegais no país. Uma dessas medidas é a inspeção e pedido de documentos a passageiros de ônibus interregionais, muito utilizados por quem penetra nos EUA irregularmente pela divisa com o México para chegar a outras regiões do país a um custo mais baixo.
Essas inspeções já vinham sendo rejeitadas por empresas regionais de ônibus que não queriam sujeitar seus usuários a essa situação. Agora, a famosa Greyhound, maior empresa do gênero nos EUA, informou que não vai mais permitir as inspeções a bordo de seus ônibus se as autoridades não possuírem um mandado de busca. A decisão está em vigor desde 21 de fevereiro.
Neste caso, o direito de cidadãos comuns não serem importunados prevaleceu sobre o interesse do governo americano, que vem apertando o cerco contra a imigração ilegal de várias maneiras. Com acesso livre aos ônibus, as autoridades americanas realizavam inspeções a qualquer momento e o risco para uma pessoa sem documentação para permanência no país era a detenção imediata, seguida de deportação.
Pela importância e tamanho da empresa, a decisão da Greyhound tende a virar parâmetro para empresas menores e é um pequeno alívio para quem consegue entrar irregularmente ou já está nos EUA sem documentação permanente, Mas não deve servir como estímulo para quem ainda pensa em entrar no país dessa forma. As ações do governo contra a imigração ilegal em solo americano continuam intensas e a única perspectiva de alteração nesse cenário seria a vitória de um candidato do Partido Democrata nas eleições presidenciais deste ano.
A rede ABC de televisão e rádio, uma das principais dos EUA, publicou matéria detalhada (em inglês) sobre as inspeções a bordo de ônibus, explicando toda a pressão de entidades da sociedade civil sobre a Greyhound, para que a empresa tomasse a decisão.
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