Por muitos anos, quem encontrasse um uruguaio vivendo em vários países do mundo ouvia um comentário comum entre eles. Diziam que havia mais uruguaios vivendo em outros países pelo mundo do que no próprio Uruguai.
Os números não sustentam esse comentário, mas mostram que a população uruguaia está estagnada há 30 anos na marca de 4,5 milhões, menor do que a população de inúmeras cidades brasileiras. Para alterar essa realidade, o recém-eleito presidente Luiz Lacalle Pou anunciou que quer abrir as portas do país para imigrantes. Segundo ele, respeito aos investimentos, segurança jurídica e um bom lugar para viver com a família são algumas das vantagens para quem optar pelo Uruguai.
É um exemplo que o Brasil deveria examinar com atenção. Mesmo com o número de brasileiros partindo para outros países batendo recordes, o Brasil não tem qualquer política de atração ou estímulo à imigração. Para um país formado por imigrantes de todas as partes do mundo, não deixa de ser uma postura estranha e danosa. O Brasil perde pessoas qualificadas que optam por tentar a vida em outro lugar, e não repõe essas perdas mesmo havendo demanda em diversas partes do mundo.
Por enquanto, só há três maneiras de um estrangeiro viver no Brasil legalmente: se for expatriado pela empresa onde trabalha, se casar com um brasileiro ou brasileira ou se pedir refúgio ou asilo. Essa realidade criou toda uma indústria de artifícios utilizados por estrangeiros para permanecer no Brasil, verdadeiras 'gambiarras' jurídicas que custam caro e não garantem a permanência legal de estrangeiros. É um tema que, estranhamente, sucessivos governos brasileiros evitam.
A intenção uruguaia está em entrevista do presidente-eleito Luiz Lacalle Pou, publicada pelo portal G1.
